O etnocentrismo pode ser entendido como a disposição de nós enxergarmos o mundo a partir do esquema conceitual e de valores do nosso próprio grupo.
Em linhas gerais, é uma postura que interpreta o mundo e a realidade tomando como ponto de partida a ideia de que a cultura e o lugar do observador como sendo a referência.
Consequentemente, a tendência é tomá-la como superior à realidade cultural que está sendo observada e todas as demais são classificadas como estranhas, bizarras, esquisitas.
Segundo o antropólogo britânico Edmund Leach, o etnocentrismo é uma extensão, no plano coletivo, do mecanismo de construção do egocentrismo, que opera no plano individual. E, segundo o antropólogo brasileiro Everardo Rocha, o etnocentrismo opera num duplo plano de nossas relações: no plano intelectual (formando e consolidando valores de referência para nosso comportamento) e no plano emocional, quando esses valores despertam em nós sentimentos em relação ao "outro".
Pode-se compreender o etnocentrismo como um modo de ver e se relacionar com o “outro”, com o diferente. Por isso, está diretamente ligado ao conceito de Alteridade.
Neste episódio é feita uma reflexão sobre os fundamentos do Etnocentrismo, problematizando o radical "ethnos" que forma a palavra e tecendo algumas considerações preliminares sobre o conceito de cultura.
As referências bibliográficas utilizadas neste episódio estão na página do Antropocast: https://fredlucio.net/antropocast
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