Café Brasil

Luciano Pires & Café Brasil Editorial Ltda

Aqui tem seleção primorosa da MPB e reflexões não-trivias –e muitas vezes polêmicas– do apresentador, escritor e palestrante Luciano Pires. É assim que o Café Brasil trata de comportamento, cidadania, política e cultura brasileiras, em edições semanais. Eleito por duas vezes o Melhor Podcast de Entretenimento e Variedades no Prêmio Podcast Brasil e frequentador dos destaques do iTunes.Podcast Café Brasil: valorizando a liberdade de expressão e semeando a autonomia de pensamento. read less
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Cafezinho 621 - Obrigado por me chamar de ignorante
4d ago
Cafezinho 621 - Obrigado por me chamar de ignorante
Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br  Meus escritos são simples, meu português é nada mais que mediano, minhas ideias nunca foram sofisticadas. Mas estou além do entendimento de uma parcela importante dos brasileiros. Nunca me conformei em me nivelar por baixo. Sempre que me dirijo a qualquer pessoa, falando ou escrevendo, procuro estar um degrau acima do que – imagino – seja sua capacidade de compreensão. Falo com uma criança de seis anos como se ela tivesse oito. Um jovem de quinze anos como se tivesse dezoito. Um estudante secundário como se fosse universitário. Acredito que assim eu estimulo a pessoa a subir um degrau. A evoluir. Não consigo tratar adultos como crianças. Ao ver as propagandas políticas, por exemplo, você não tem a impressão de que a qualquer momento o candidato dirá “o titio vai levar você no cinema?” São textos rasos, num linguajar tosco, que deixam claro que para os marqueteiros, povo é um agrupamento de miseráveis ignorantes, analfabetos e incapazes, que devem ser conduzidos da forma mais infantil possível. Aí cabe a musiquinha de fundo, o sotaque caricato, o português errado, os desenhinhos, os exemplos dos miseráveis, os sonhos minúsculos… A coisa só esquenta quando os adversários baixam o nível e começam com os xingamentos: treta!!!! Afinal, qual é o esforço intelectual para perceber que duas pessoas estão se agredindo? Pouquinho, né? Isso é uma pena. Quem nivela por baixo, mantem as pessoas onde estão, fala sempre a partir de um degrau abaixo, dificilmente estimula reflexões que prestam. Usa as técnicas maravilhosas do marketing e da comunicação para manter a mediocridade, caso contrário a turma não entende… Essa infantilização não faz bem para a sociedade. Não ajuda a amadurecer os debates. Não estimula ninguém a crescer. E com nosso sistema educacional falido e os meios de comunicação ricos em fórmulas prontas, essa infantilização colabora para que a mediocridade seja não só mantida, mas incentivada. Seja raso. Não sofistique. Ninguém vai entender. E as consequências estão aí. Afundados na ignorância, incapazes de sair atrás dos estímulos intelectuais, preferimos acreditar nas verdades simplificadas, nas soluções milagrosas simples de entender, sabe como é? Interpretamos os fatos com base em nosso reduzido repertório. Tiramos nossas conclusões superficiais ou apressadas. Atribuímos as conclusões que nós tiramos a um terceiro e depois atacamos esse terceiro por causa da conclusão que nós tiramos. Repare como é isso, especialmente nas mídias sociais. Esta semana perdi um tempo precioso dialogando com um sujeito que entendeu o que eu não escrevi. E quanto mais eu explicava, mais ele interpretava e queria discussão. Quando finalmente desisti e comentei que eu podia explicar para ele, mas não podia entender por ele, o cara respondeu: – Obrigado pela forma carinhosa de me chamar de ignorante. Percebeu? O que para mim era “você pensa diferente”, para ele era “você é um ignorante”. Cada um entende como quer. Ou como pode.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um convite para você participar
Apr 17 2024
Um convite para você participar
Contribua em https://cafecomleitenaescola.com.br  “Acredito que essa liberdade espiritual e intelectual, da qual nós (...) desfrutamos, é nossa maior bênção cultural. Portanto, parece-me que o primeiro dever da cultura é defender a liberdade e resistir a toda tirania." Escolhemos esta frase de Walt Disney para abrir este texto pois somos da geração Disney, que foi criada apoiada em valores morais que representam o que existe de melhor na sociedade. Nos filmes e gibis da Disney, aprendemos que a liberdade de pensamento, expressão e crença é uma característica importante da nossa cultura. E entendemos que a cultura não é apenas um conjunto de tradições e valores, mas também uma força ativa que deve ser usada para proteger e preservar as liberdades individuais e coletivas. Foi assim que crescemos. Mas algo mudou. Até mesmo na Disney, que parece subverter os valores de seu fundador. Basta olhar em volta para perceber como muitos valores foram simplesmente deixados de lado. As crianças perderam o espaço como foco central da educação, para adultos interessados em moldá-las conforme visões coletivistas do mundo. O resultado estamos vendo por todos os lados, no conteúdo distribuído pela mídia, nas escolas, nas relações sociais e incusive familiares. Como pais, avós e mentores, percebemos que temos de nos desdobrar no controle dos conteúdos que bombardeiam nossos pequenos diariamente. É uma luta inglória, pois os acessos aos conteúdos mais perniciosos estão por toda parte. Como ajudar nossos pequenos? Bem, nós acreditamos que mais que proibir acesso, oferecer conteúdo tão atraente, divertido e acessível como aqueles aos quais eles estão acostumados, é o caminho. Conteúdo baseado nos valores morais que nos trouxeram até aqui, Foi por isso que criamos o Podcast Café Com Leite.  See omnystudio.com/listener for privacy information.
Cafezinho 619 - Don´t make stupid people famous
Apr 12 2024
Cafezinho 619 - Don´t make stupid people famous
Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br Participe do financiamento coletivo em https://cafecomleitenaescola.com.br Há um texto que circula há tempos pela internet com o título de FILOSOFIA DE VIDA SEGUNDO CHARLES SCHULZ. Schulz é o criador da série Peanuts, aquelas tirinhas com o garoto Charlie Brown e seu cachorro Snoopy. Vamos a ele? O texto propõe um exercício: Enumere as cinco pessoas mais ricas do mundo. Enumere as últimas cinco vencedoras do Miss América. Enumere dez pessoas que ganharam o Prêmio Nobel ou Pulitzer. Enumere as últimas seis pessoas que venceram o Oscar como melhor ator e atriz. Enumere os últimos dez times que venceram a Copa do Mundo dignamente. Como é que você se saiu, hein? A questão é que nenhum de nós se lembra de muitas pessoas que foram manchete no passado. E olhe que nenhum deles chegou em segundo lugar, são os melhores em seus campos de atuação. Prêmios perdem o brilho, conquistas são esquecidas, diplomas e certificados são enterrados com seus donos. Então o autor propõe que mudemos o exercício: Enumere alguns professores que ajudaram você de verdade durante os tempos de escola. Enumere três amigos que te ajudaram durante um período difícil de sua vida. Enumere cinco pessoas que te ensinaram e mostraram coisas valiosas. Pense a respeito das pessoas que te fizeram se sentir valioso e especial. Pense em cinco pessoas com as quais você gosta de estar. É muito mais fácil, né? A lição? As pessoas que realmente fazem diferença na sua vida não são aquelas com as maiores e melhores credenciais, com mais dinheiro, maiores prêmios ou status. Não são aquelas que têm milhares de seguidores ou que aparentam ser as tais. Não são os influencers que aparecem a cada clique. São aquelas que se importaram com você, que lhe deram atenção. Causaram impacto sobre seu futuro. E vão ficar gravadas em sua memória para sempre. Entendeu? As pessoas que verdadeiramente impactam sua vida estão aí do seu lado. Don´t make stupid people famous.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Cafezinho 617 - Mais pedras no lago
Mar 29 2024
Cafezinho 617 - Mais pedras no lago
Assine o Cafezinho em https://canalcafebrasil.com.br  Somos uma sociedade individualista. É cada um por si e seja como Deus quiser. Danem-se os outros. Por isso tudo é tão difícil. Já devíamos ter percebido que a colaboração e a união entre indivíduos que geram impactos positivos são essenciais para o progresso coletivo. Colocar em movimento um círculo virtuoso, em que os melhores estimulam os melhores a produzir o melhor e manter o seu legado, podemos criar uma corrente de influências positivas que se retroalimenta. Eu chamo isso de “pedra no lago”. Alguém joga a pedrinha e as ondas concêntricas se espalham. Aproximar-se de quem faz um trabalho legal não é apenas um ato de reconhecimento do valor desse trabalho, mas uma oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal. Quando nos cercarmos de referências em suas áreas, somos estimulados a desenvolver nossas próprias habilidades e a contribuir para a melhoria da sociedade. Isso pode acontecer na educação, com professores apaixonados inspirando seus alunos a buscar o conhecimento não apenas por notas, mas pelo prazer de aprender e crescer. No trabalho, onde líderes visionários incentivam suas equipes a inovar e a buscar soluções que beneficiem a empresa e a sociedade. E na política, onde líderes comprometidos com o bem-estar coletivo podem inspirar uma nova geração a participar ativamente da vida cívica. Mas para esse círculo virtuoso ganhar força, é necessário mais do que só admirar essas pessoas à distância. É preciso engajar-se, participar e contribuir. Isso pode significar dar um like, compartilhar e comentar este vídeo. Se voluntariar para causas nas quais você acredita, participar de grupos de estudo ou de movimentos comunitários, ou simplesmente compartilhar conhecimento e experiências positivas com os que estão à sua volta. Cada um de nós tem algo único a oferecer, e quando unimos nossas forças a outros que também estão empenhados em fazer a diferença, o impacto pode ser imensurável. Não vire as costas para os outros. Não subestime o poder de uma conversa significativa, de um projeto colaborativo ou de um gesto de apoio. Estas são as sementes para uma sociedade mais justa, educada e próspera.See omnystudio.com/listener for privacy information.